Nosso Refúgio contra os Fofoqueiros de Plantão

Salmo 7

Introdução

O Salmo é de Davi. A ocasião retratada neste foi uma calúnia proferida por certo homem chamado Cuxe, homem da mesma tribo da qual Saul, adversário de Davi, pertencia. O salmo é um שׂגיונּ shiggayôn, que provavelmente se refere a uma composição poética sem estrofes regulares quanto ao número de versos e pés, métrica e disposição das rimas, de forma muito intensa (tecnicamente chamado de ditirambo; cf. Hab. 3:1 – Oração do profeta Habacuque sob a forma de canto, שׂגיונּ “shiggayôn”). Em seu zelo pela vindicação, Davi profere sua oração com paixão:

Canto de Davi. Entoado ao SENHOR,

com respeito às palavras de Cuxe, benjamita

SENHOR, Deus meu, em ti me refugio; salva-me de todos os que me perseguem e livra-me; para que ninguém, como leão, me arrebate, despedaçando-me, não havendo quem me livre. SENHOR, meu Deus, se eu fiz o de que me culpam, se nas minhas mãos há iniqüidade, se paguei com o mal a quem estava em paz comigo, eu, que poupei aquele que sem razão me oprimia, persiga o inimigo a minha alma e alcance-a, espezinhe no chão a minha vida e arraste no pó a minha glória. Levanta-te, SENHOR, na tua indignação, mostra a tua grandeza contra a fúria dos meus adversários e desperta-te em meu favor, segundo o juízo que designaste. Reúnam-se ao redor de ti os povos, e por sobre eles remonta-te às alturas. O SENHOR julga os povos; julga-me, SENHOR, segundo a minha retidão e segundo a integridade que há em mim. Cesse a malícia dos ímpios, mas estabelece tu o justo; pois sondas a mente e o coração, ó justo Deus. Deus é o meu escudo; ele salva os retos de coração. Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias. Se o homem não se converter, afiará Deus a sua espada; já armou o arco, tem-no pronto; para ele preparou já instrumentos de morte, preparou suas setas inflamadas. Eis que o ímpio está com dores de iniqüidade; concebeu a malícia e dá à luz a mentira. Abre, e aprofunda uma cova, e cai nesse mesmo poço que faz. A sua malícia lhe recai sobre a cabeça, e sobre a própria mioleira desce a sua violência. Eu, porém, renderei graças ao SENHOR, segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do SENHOR Altíssimo (Salmo 7:1-17).

Verso 1. Este maravilhoso Salmo nos mostra que Deus nos livrará das mentiras dos nossos inimigos, bem como de outros perigos. Primeiro, há refúgio em Deus. Davi precisa de libertação daqueles que o perseguiriam.

Verso 2. Embora existam muitos perigos, um se destaca em particular: Cuxe quer despedaçar Davi como um leão devorador. Se fosse esse o caso, não haveria ninguém para libertar, mas Davi se refugiou em Deus.

Versos 3-5. Davi também tem a vantagem de ter uma consciência limpa. Quando ele se volta para Deus, ele pode dizer com total segurança que é inocente. A maneira como ele faz isso é pedindo que uma maldição caia sobre ele se a acusação for verdadeira. Davi não apenas é inocente da acusação de iniquidade que está em suas mãos, ele não é culpado de traição, mas na verdade ele já foi o libertador de seu adversário.

Versos 6-8. Então, este é o clamor a Deus. Davi ora a Deus e pede que Ele se levante para julgar. A congregação se reúne a Deus e o salmista ora pela sua libertação. Davi está confiante em uma resposta; ele orou com base em sua própria justiça e integridade.

Versos 9, 10. Isto é comparativo, não absoluto. O salmista ora para que a maldade seja destruída e ora àquele que sonda as mentes e os corações. Isso se refere ao coração e aos rins – a sede do pensamento, das afeições e das paixões. Deus é a sua defesa e é Ele quem salva os retos de coração.

Versos 11-13. Qual é a resposta de Deus? Esta oração não é oferecida a quem não está disposto a agir. Deus julga os justos e está constantemente irado com os ímpios. Se o caluniador não se arrepender, então Deus tratará com ele. Javé afia Sua espada; Ele pisa em Seu arco para amarrá-lo. O Senhor constrói a máquina de execução e ordena que Suas flechas voem contra os perseguidores do seu servo. E, se Deus é o atirador e a mira está apontando para a testa de seu inimigo, que esperança haverá para ele?

Versos 14-17. O ímpio dormiu com alguma coisa suja e concebeu o mal. Ele agora engravidou do mal e está em trabalho de parto para dar à luz a iniquidade. Essa plotagem deu muito trabalho. Ele cavou uma cova, que lhe exigiu muito trabalho, e depois caiu na sua própria armadilha. Suas próprias maquinações cairão sobre sua própria cabeça. De Deus não se zomba; o homem colhe o que semeia.  Por essa razão, a única resposta apropriada a Deus por toda a Sua bondade é o louvor e a ação de graças ao Seu Santo Nome.

Aplicações práticas

1. Tudo isso nos leva a considerar o pecado da tentativa de neutralidade. Davi está confiante no Salmo 7, de que a calúnia contra ele era falsa. Porque ele era verdadeiramente inocente, a sua acusação contra Cuxe não foi um exemplo de calúnia. Nunca esqueçamos que a guerra espiritual não é como um jogo de futebol, em igualdade de condições, com as mesmas regras aplicáveis ​​a ambos os lados.

2. Considere a história dos profetas Jeremias e Hananias (leia Jeremias 27 e 28). Quando ocorreu a famosa batalha dos profetas, quem estava certo (Jr. 28:10)? Jeremias disse que estava certo. Hananias disse que ele estava certo. Mas, no final, a verdade de Deus prevaleceu e o falso profeta foi julgado e morto por profetizar mentiras.

3. Considere também a relação entre misericórdia e justiça. Deus lançou Faraó e seus exércitos no Mar Vermelho. Por quê? Porque Sua misericórdia é para sempre (Sl. 136:15). Ele feriu grandes reis. Por quê? Pela mesma razão (Sl. 136:17). Ele também matou Ogue, rei de Basã, porque Sua misericórdia dura para sempre (Sl. 136:20).

4. Considere ainda, os conflitos entre o Senhor Jesus e os fariseus. Jesus disse que os fariseus eram sepulcros caiados, cheios de ossos de mortos e impureza. Ele falou a verdade sóbria (Mt. 23:27). Quando os fariseus disseram que Jesus expulsava demônios pelo príncipe dos demônios, eles se tornaram culpados de blasfêmia (Mc. 3:29). A pergunta é: O Senhor Jesus foi injusto por ter sido corajosamente capaz de lhes falar palavras duras, quando era perverso da parte deles xingá-Lo? De jeito nenhum. No mundo em que vivemos existe este conceito chamado “a verdade”, com a qual os modernos têm muitos problemas e se ofendem facilmente.

5. Por fim, cuidado com a pseudo-humildade. A arrogância do homem quer fingir que a falta de confiança naquilo que Deus revelou é humildade, e que a confiança naquilo que Ele revelou é orgulho. Esta é uma inversão diabólica. Devemos ser zelosos pelo verdadeiro, pelo bom e pelo amável, e a resposta em nossa era relativista é sempre sermos zelosos pelas coisas tais como as entendemos. Mas, se “fulano de tal” ali discorda, e estudiosos respeitados divergem, quem é você para dizer que esta é a verdade de Deus? Tomemos cuidado para não revelarmos nada às calúnias de Cuxe. Não brinquemos, por causa de inseguranças pessoais, com as palavras de Deus.

Nele, o nosso Refúgio Verdadeiro,

Rev. Alan Kleber

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